domingo, 22 de fevereiro de 2015


Conteúdos Programáticos :

Arte na Educação infantil e séries iniciais os conflitos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

                 Nas leituras que realizamos em nossa vida de estudante, pesquisador e professor, aguardávamos o final de um livro com ansiedade, pois acreditávamos que ali encontraríamos uma resposta, se não para as nossas indagações, para as que o autor formulara. Porém esta nunca foi encontrada. Pelo menos não do modo afirmativo e definitivo que esperávamos. No início incomodava, mas depois percebemos que a intenção de quem escreve sobre relações humanas não pode, ainda que o autor assim o desejar ser o de responder definitivamente uma questão. Tudo relativo ao ser humano é complexo, entrelaça-se a diversos fatores, e, portanto está aberta a constante reflexão, modificação, consideração.

             Assim, seria uma incongruência de nossa parte pretender responder as questões levantadas neste trabalho de forma definitiva. Esperamos, igualmente, provocar a reflexão sobre os possíveis conflitos existentes no ensino de Arte na educação infantil de todos os envolvidos na educação que se dispuser a ler esta dissertação.

              Com o intuito de pensar sobre as questões: Existe ensino de Arte na educação infantil? E como entendemos o ensino de Arte na educação infantil, escrevemos os capítulos: Uma leitura da história da educação infantil e o subtítulo: Uma compreensão a respeito do ensino de Arte na educação infantil brasileira.

              Como somos seres em constante ação de pensar não temos uma resposta afirmativa definitiva para tais questões. Dentro de todas as variáveis isto seria impossível. Podemos ao menos dizer que dentro do universo o qual temos a oportunidade de viver, o ensino de Arte na educação infantil existe, apesar de bem diverso do que entendemos como ensino de Arte e do que acreditamos como ideal. Mas ideal é algo sempre a ser atingido uma vez que estamos sempre buscando o melhor. Esta é uma característica do ser humano. Para não dizer que não comentamos como seria o ensino de Arte na educação infantil, esclarecemos como pedagogos formados de coração e cognição que o ensino de Arte precisa, tanto.

            Como nas demais áreas do saber, diagnosticar o conhecimento prévio do aluno, trabalhar em sua zona de desenvolvimento proximal para facilitar a construção de conhecimentos importantes para seu aprendizado nesta área. Talvez por este motivo não conseguíssemos deixar de considerar o conceito de criança historicamente construído e sujeito a mudanças constantes, as leis, a dificuldade de praticá-las, a globalização, e a importante relação entre o passado e o presente de tudo que se refere ao homem que vive em sociedade com cultura, economia e política em movimento constante. Todos estes fatores estão intrinsecamente relacionados a educação seja infantil ou não. A escola tem cada vez mais dificuldade em acolher crianças tão diversas. Principalmente nas escolas públicas nas quais frequentam crianças em estado de abandono, que moram em abrigos. Mas e as crianças que vivem na rua com suas mães moradoras de rua, podem ser matriculadas em creches ou escolas públicas? Diante de tais questões podemos dizer que o social afasta-nos do tema? Ao nosso entender não. Não são todas as crianças, sem exceção, sujeitos participantes e principais da instituição escolar? Sem elas qual o sentido da escola?

                Como o leitor pode notar, formular perguntas é algo praticamente instintivo em nós, é uma forma de ativar o pensamento. Por este motivo, ao longo desta pesquisa, levantamos várias questões. Algumas a respeito do PCNEI com a intenção de expor nossa compreensão a respeito de tal documento uma vez que foi o escolhido para comentarmos a teoria do ensino de Arte e então relacionar a ação pedagógica das professoras que escolhemos para representarem a prática dos nossos temas: possíveis conflitos entre teoria e prática no ensino da Arte na educação infantil. Para relacionarmos a ação pedagógica da professora com a teoria não apenas observamos suas aulas como formulamos perguntas tendo como objetivo conhecer a base teórica utilizada. Independente de respostas ou observações recebidas ou descritas por nós, acreditamos ser essencial conhecer as teorias e a existência destas na prática das professoras entrevistadas. Ainda que a teoria seja compulsoriamente utilizada quando consideramos o uso de apostilas. Tais materiais possuem base teórica e se a professora desenvolve as atividades ali contidas, ainda que sem perceber, está seguindo uma teoria. E ainda que não perceba está saindo do espontaneísmo, está ensinando o conhecimento científico aos seus alunos. Com estas considerações, poderíamos então responder que a teoria existe no processo ensino-aprendizado das professoras, porém não se relaciona com a prática uma vez que a ação pedagógica não é planejada ou pensada com plena consciência da teoria nela inserida.

                 Apostilas ou documentos oficiais, o que necessita de maior atenção é a compreensão destes, e o modo como são apresentados, discutidos com os professores. Tanto a faculdade como a escola é capaz de instigar uma melhor leitura e análise da proposta de ensino a ser desenvolvido. Talvez um diálogo mais próximo e aberto entre universidades e escolas, ao menos as públicas. No estado de São Paulo existe o estagiário nas salas de primeira série. Mas o que isto contribui para o professor pensar sobre sua prática e as teorias existentes? Talvez um encontro bimestral entre professores do fundamental e médio com os professores universitários fosse viável e proporcionasse um diálogo entre a sala de aula da faculdade cursada com a sala de aula que o professor atua. Ou simplesmente provocasse a curiosidade pelo saber, pela pesquisa, ou para facilitar sua compreensão entre o conhecimento a teoria e possíveis melhoras que a prática desta proporcionariam em sua ação pedagógica na sala de aula.

                Em nosso ponto de vista, as teorias, estejam em documentos ou livros, são instrumentos de estudo que instigam a reflexão e o questionamento. A comparação destes estudos com a prática que vivenciamos provoca conflitos e estes geram novas comparações, relações e conhecimentos. São, por este motivo, importantes e poderiam ser discutidos, analisados para melhorar o processo ensino-aprendizado.

              Os conflitos que apresentamos são os que observamos como estudantes, professores e pesquisadores. Nas relações teoria e prática que estas posições nos propiciaram, compreendemos que o desenvolvimento das teorias, ou a busca disto em nossa prática não implica em agir sem pensamento próprio, seguindo apenas o que o autor diz, mas sim uma ação refletida antes, durante e depois. Antes, pois planejar com base teórica ajuda a desenvolver com menor margem de erro, uma atividade com a qual o professor facilite a conquista do aprendizado pelo aluno. Durante porque ao desenvolver a atividade observa possíveis imprevistos que lhe mostra como fazer a intervenção, talvez de modo diferente, nesta mesma aula ou em nova aula (depois). A troca de ideias entre teorias e prática, ao nosso entender é o que contribui para a melhoria do processo ensino-aprendizagem de qualquer área do saber inclusive a de Arte.

                     Esperamos que as nossas considerações e compreensões a respeito das teorias e dos autores mencionados neste trabalho reflitam o nosso profundo respeito e admiração por seus estudos e obras.

                   Livros e documentos não podem acompanhar a velocidade das reflexões, pareceres, discussões sobre as idéias ali contidas. É preciso um tempo longo para estas serem escritas e publicadas.

                  As inquietações oriundas de horas de estudo e satisfação em ler textos que incitavam a reflexão e a comparação entre a prática pedagógica e estudos de teóricos, em nosso entender confiáveis e suscetível de serem colocados em prática, promoveu a idéia de que talvez a construção pelas universidades de um blog de conversa poderia estimular uma importante troca de idéias entre alunos, professores a respeito de diferentes temas e até mesmo a respeito deste nosso tema, no qual os interessados pudessem expor e trocar seus entendimentos, suas questões e se não for muita pretensão de nossa parte, abrir um canal para inclusive os autores estudados nas universidades que tantas reflexões e novos conhecimentos nos proporcionam a todos (professores, alunos, pesquisadores), nos dessem a honra de criticar nossas ideias colaborando para nosso aprimoramento intelectual e de todos os que se dispuserem a participar destas discussões a respeito de teorias e práticas.

 

CAPÍTULO 1

UMA LEITURA SOBRE A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

                           Como podemos pensar a história da educação Infantil sem associá-la a história da sociedade brasileira? Ao nosso entender isto é algo impossível. Educação infantil em seu sentido amplo existe desde o nascimento da criança. A educação acontece na família, na comunidade, no convívio social. Então, quando e porque surgem as Instituições de educação Infantil? Pensamos que surgem de acordo com a necessidade da sociedade.

                          Recordamo-nos das aulas de História de Educação. O professor explicava que as instituições foram criadas para socializar o povo. A escola não foi a primeira instituição a ser constituída. Antes dela vieram os manicômios, os presídios, os hospitais (não necessariamente nesta ordem). Cada qual com sua função social. A escola tinha a função de retirar o jovem, a criança da rua e até de seu lar, “confinando-o” para conseguir socializá-lo.

                         Relendo um texto de Moysés Kuhlmann Jr, Infância e educação infantil: uma abordagem histórica, encontramos na página 207:

“Houve momentos na história da escolarização – quando se mandavam os filhos para os internatos – em que esse cuidado era exclusivo da instituição. Áries analisa que o processo de escolarização ocorreu justamente quando a educação deixou de acontecer por meio da aprendizagem, no convívio direto com a vida dos adultos; quando se atribuiu a uma instituição o atendimento educacional das crianças, correspondendo à ‘preocupação de isolar a juventude do mundo sujo dos adultos para mantê-la na inocência primitiva, a um desejo de treiná-la para melhor resistir às tentações dos adultos’”6. (KUHLMANN Jr., 1998, p. 207)

6 ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981, p. 231-2.

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                        Guardamos em nossa memória nomes de escolas que parecem confirmar esta idéia: Externados, Internatos, e o nome que lemos mais recente: asili infantili (na língua italiana). Escolas do passado. Mas algumas conservam estas denominações ainda hoje.

                        Até este momento do texto revelamos, ou assim pretendíamos, o pensamento segundo o qual conceitos e instituições são criados e caminham juntos com o momento histórico, cultural, econômico e político da sociedade, sofrendo modificações conseqüentes das mudanças de todo o contexto no qual está inserida.

                        Então vamos a história da sociedade brasileira. Apesar dos slogans de marketing utilizados amiúde em meios de comunicação exaltando a riqueza da cultura brasileira advinda de diferentes etnias, a realidade observada é outra. Pelo menos a realidade que percebemos a nossa volta. As culturas sobreviveram e ainda lutam por viver mesmo diante do massacre da dominação estrangeira. No caso brasileiro a dominação tem início com a colonização e continua hoje com a globalização. Há muito o Brasil não é mais colônia e com certeza o termo: dominação é talvez exagerado para alguns, mas a globalização é fato consumado.

                         Uma explicação simples e em nosso entender esclarecedora sobre aquilo que a pouco interpretamos como sendo dominação estrangeira: “Globalização é um sistema de integração econômica, tão forte entre os principais países, que todo mundo depende de todo mundo.” (CORTELLA, 1999, p.74)7

                        Retomando a história, a colonização do Brasil explorou não apenas as riquezas como os habitantes desta terra existente bem antes do seu proclamado “descobrimento”. Quem recepcionou os navegantes portugueses foram os nativos, imediatamente enganados, manipulados, maltratados, explorados, escravizados, tendo sua cultura prontamente renegada. Diante desta colonização fortemente predatória, o povo calou-se, talvez como forma de defender-se.

“Entre nós... o que predominou foi o mutismo do homem. Foi a sua não participação na solução dos problemas comuns. Faltou-nos, na verdade, com o tipo de colonização que tivemos vivência comunitária. Oscilávamos entre o poder do senhor das terras e o poder do governador, do capitão-mor.”8 (FREIRE, 1976, p.70).

CORTELLA, Mário Sérgio. Conferência: “A Globalização e Qualidade de Vida”. Revista: A Terceira Idade. Ano X. n. 17. p 63-82. São Paulo: SESC, ago. 1999.

FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. p. 65-83. 14 __Este passado é a formação histórico-cultural de nosso país, que deixou marcas na sociedade brasileira atual. Fomos e somos fortemente atingidos pelas transformações ocorridas no mundo ocidental e seus interesses econômicos, políticos, sociais. Assim também a educação. Esta acompanhou as transformações e as diferentes necessidades da sociedade brasileira, praticamente muda diante das imposições de outros países em nossa cultura, sociedade, economia, política. De forma bem simplificada, e resumida interpretamos da seguinte maneira:

                                 No início os colonizadores interessavam-se apenas pela exploração comercial da terra, não pensavam em integrar-se a terra, queriam tão somente enriquecer e voltar para Portugal. Os padres Jesuítas acompanharam os navegadores e converteram ao cristianismo os nativos brasileiros. Esta era a única forma de “educação” necessária até então. Na obra: Os jesuítas, José Carlos Sebe9 escreve sobre a Companhia de Jesus: “[...] Enquanto na Europa a Companhia se debatia em lutas antiprotestantes... no Brasil seriam outras suas metas: promover aldeamentos, ensinar o indígena os mandamentos da lei de Deus, adestra-lo a novo tipo de vida social.” (1982, p. 59-60)

                                   Quando as contingências mudaram e o povoamento do Brasil tornou-se necessário para a soberania de Portugal como Colonizador, imensas terras foram doadas a cada português interessado em aventurar-se na colônia. Estes portugueses então se tornaram senhores de grandes propriedades e de seus antigos moradores. As famílias destes grandes senhores de terras necessitavam educar seus filhos. Para tanto, são importadas preceptoras e professores da Europa.

                                    Os grandes latifúndios agrícolas necessitavam de grande número de mão de obra para desenvolver o trabalho, por este motivo além dos indígenas e colonos, foram importados escravos africanos, logo explorados ao máximo em suas forças físicas.

                                    Quando na Europa é deflagrada a revolução industrial, o Brasil então é influenciado pelo novo sistema econômico mundial. Mudanças sociais acontecem.

                                   Com a abolição dos escravos e a lei do Ventre Livre, uma sociedade então formada por intelectuais (filhos dos senhores das terras, que foram estudar na Europa) começa a preocupar-se com os filhos livres destas escravas. O que seria deles? Qual o problema que causariam a sociedade brasileira? Esta questão real

                                   SEBE, José Carlos. Os Jesuítas. São Paulo: Brasiliense, 1982. 15 Não era tratada com tamanha clareza. Outros temas e preocupações intrinsecamente ligados a esta eram discutidos. Na faculdade de pedagogia lemos um texto sobre isto no livro: Quinhentos anos de educação no Brasil – Capítulo: Instrução elementar no século XIX de Luciano Mendes de Faria Filho10: “[...] Nessa perspectiva, a instrução como um mecanismo de governo permitiria não apenas indicar melhores caminhos a serem trilhados por um povo livre, mas também evitaria que esse mesmo povo se desviasse do caminho traçado.” (2000:137)

                               As escolas de primeiras Letras, ou a escola para os pobres, como era conhecida na época por muitos, foram então criadas para fortalecer a política e construir a nação brasileira, o Estado brasileiro.

                             O pesquisador Moysés Kuhlmann Jr. escreveu um texto para os Cadernos de Formação11 da UNESP (2003) no qual faz uma retrospectiva da história da educação infantil no Brasil com o título: Educando a Infância Brasileira. Procurando organizar as nossas idéias, pensamentos, enfim, nossa compreensão a respeito de tantas informações encontradas no texto resolveu extrair deste, datas que registram em alguns momentos os acontecimentos, as idéias sobre a educação infantil, em outros as intenções e as preocupações a seu respeito, documentos e associações criados nos diferentes momentos históricos da educação infantil brasileira. Em ordem crescente:

1870 – Começam a chegar ao Brasil as instituições de educação infantil.

1875 – Primeiro jardim-da-infância particular do Brasil, fundado pelo médico Menezes Vieira.

1877 – Kindergarden (jardim-de-infância) da Escola Americana em São Paulo – fundado por imigrantes norte- americanos batistas.

1879 – Reforma Leôncio de Carvalho (Decreto 7.247) entre outros assuntos previa jardins-de-infância nos distritos do município da Corte.

1879 a 1888 – publicação do jornal: Mãe de Família – remete a primeira referência a creche de que se tem registro no Brasil.

1881 - Exposição Industrial – Rio de Janeiro - destacou as instituições de educação popular

10 LOPES, Eliana Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; Veiga, Cynthia Greive (orgs). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

11 KHULMANN JR., Moysés. Educando a Infância Brasileira. In: Pedagogia Cidadã. São Paulo: UNESP / Pró-reitoria de Graduação, 2003. Caderno de Formação - Educação Infantil.

1885 – Associação Protetora da Infância Desamparada envia aos presidentes das províncias um questionário sobre Asilos da Infância – para ter dados estatísticos sobre os menores educados pela filantropia pública ou particular. Número de respostas foi de 26 estabelecimentos em todo o país.

1886 a 1887 – Formação do Asilo Agrícola da Associação da Infância Desamparada.

PERÍODO REPUBLICANO

1892 – Dr. Carlos Costa cria a Sociedade de Higiene do Brasil – de curta duração – visava auxiliar a assistência a crianças, alienados, indigentes, etc.

1896 – Criado o jardim-de-infância anexo à Escola Normal Caetano de Campos em São Paulo.

1897 – Decreto 52 prevê ensino primário dado em jardim-de-infância e escolas primárias (porém as escolas são criadas apenas em 1909)

1899 – Inauguração da primeira Creche vinculada à Fábrica de Tecidos Corcovado no Rio de Janeiro.

1899 – Fundação do Instituto de proteção e Assistência à Infância do Rio de Janeiro (IPAI- RJ). Mais tarde expande-se para todo o país.

1901 – Criação da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva – com objetivo de organizar escolas maternais e creches. Em 1910 contava com 18 escolas maternais e 17 creches-asilo em todo estado de São Paulo.

1908 – IPAI inaugura a creche Sra. Alfredo Pinto – Rio de Janeiro.

1908 – Surge no Rio de Janeiro a Creche Central do Patronato de Menores – criada pela iniciativa de juristas e de senhoras da sociedade fluminense.

1908 – Inauguração da Escola Infantil Delfim Moreira em Belo Horizonte.

1909 – Criação no Rio de Janeiro de jardim-de-infância Campos Sales.

1910 – Criação no Rio de Janeiro de jardim-de-infância Marechal Hermes.

1913 – Congresso Internacional de Proteção à Infância em Bruxelas.

1914 – Em Belo Horizonte inauguração da Escola Infantil Bueno Brandão.

1917 – “Cuidemos da infância de nossa pátria” intitula-se o discurso do médico e presidente da Associação Municipal Protetora da Instrução da Infância Desvalida Dr. Vieira Souto. Rio de Janeiro.

1919 – Dr. Arthur Moncorvo Filho funda o Departamento da Criança no Brasil – assim como a Associação de Proteção da criança Desamparada de 1885 este departamento visa registrar e estabelecer um serviço de informações sobre 17

instituições públicas e privadas dedicadas direta ou indiretamente a proteção da infância.

1920 – Conferência de Amadeu Arruda Penteado no IPAI de Ribeirão Preto – São Paulo – com o título: Cuidar da infância.

– O governo Paulista introduz as primeiras noções de puericultura nas classes adiantadas do ensino primário.

– Legislação (São Paulo) prevê instalação de Escolas Maternais preferencialmente junto a fábricas. O regulamento destas escolas considerava como sua finalidade prestar cuidados aos filhos de operários.

1921 – Primeiro levantamento do Departamento da Criança no Brasil (DCB) registra apenas 15 creches e 15 jardins-de-infância

1922 – No Rio de Janeiro inauguração do jardim-de-infância Bárbara Otonni.

1º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância.

1923 – Primeira regulamentação do trabalho feminino. Direito a amamentar os filhos durante a jornada de trabalho.

1924 – Estava previsto o 2º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância mas não foi realizado.

Novo estudo estatístico do DCB registra 42 creches e 42 jardins-de-infância.

1929 – Moncorvo Filho – fundador do DCB – lamenta em seu discurso na cerimônia de inauguração de nova sede do IPAI-RJ a não existência de uma política nacional para a infância.

1930 – Acentuado o processo de organização do Estado estabelece-se uma tensão entre Legislação e a falta de meios, de regulamentação, de compromisso com as políticas sociais.

1932 – Regulamentação do trabalho da mulher tornando-se obrigatório aos estabelecimentos com pelo menos 30 mulheres maiores de 16 anos a terem creches para os filhos de suas funcionárias. (CLT)

Curso de aperfeiçoamento em Educação Infantil no Rio de Janeiro – provavelmente oferecido pelo Colégio Bennett em seu curso Normal.

1935 – Criado o Departamento da Cultura em São Paulo.

Parques Infantis (idéia de Mário de Andrade)

1939 – Implantação do Instituto Técnico para formação de professoras pré-primárias no Colégio Bennett.

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1940 – Expansão dos Parques Infantis por outras localidades como o interior do estado de São Paulo, o Distrito Federal, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Recife e Rio Grande do Sul.

1949 – Começa o Curso de Especialização em Educação Pré-primária no IERJ

Centro de Estudos da Criança criado por Lourenço Filho.

1953 – DNCr (Departamento Nacional da Criança) passa a integrar o Ministério da Saúde.

UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) – amplia seu leque de atuação envolvendo-se em projetos educacionais.

1970 – DNCr é substituído pela Coordenação de proteção Materno-Infantil.

1961 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Infantil – em seus artigos 23 e 24 estabelecia que as crianças com idade inferior a sete anos receberiam educação em escolas maternais ou jardins-de-infância, estimulando as empresas a manter estas instituições para os filhos de suas trabalhadoras.

1965 – UNICEF promove a Conferência Latino-Americana sobre a Infância e a Juventude no Desenvolvimento Nacional. Com a idéia de simplificar as exigências básicas para uma instituição educacional e implantar um modelo simples e de baixo custo, sugere o financiamento de espaços educacionais para igrejas de diferentes denominações. O pessoal seria recrutado entre voluntários, sem exigência de qualquer formação profissional. Apenas o pessoal de supervisão e coordenação receberiam pagamentos.

1966 – Seminário sobre Creche no qual se discutiu, entre outros, a seleção e treinamento de pessoal e de voluntários para trabalhar em creches.

1967 – Devido a grande aumento na demanda de escolas maternais e jardins-de-infância DNCr publica um Plano de Assistente ao Pré-Escolar para crianças a partir dos 2 anos, como um plano a longo prazo. O plano propõe um programa de emergência com um tipo e unidade simples intermediária denominada “Centro de Recreação” na qual as crianças de poucos recursos ficariam enquanto suas mães estivessem trabalhando. Toda a simplicidade do plano era justificada pela escassez de pessoal e de recursos financeiros.

LBA Legião Brasileira de Assistência passa a se ocupar das creches.

1967 – Dispêndio do governo federal com a educação é de 11,8% da receita dos impostos.

1971 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação implanta o primeiro grau com oito anos. Para a educação infantil estabelece apenas que: os sistemas de ensino velarão para que as crianças de idade inferior recebam educação em escolas maternais, jardins-de-infância e instituições equivalentes (art.19,parágrafo 1º).

1973 – Dispêndios do governo com a educação é de 5,5% da receita dos impostos

1974 – O MEC cria o SEPRE Serviço de Educação Pré-Escolar (processo de expansão da educação infantil brasileira – e em outros países).

1976 – Dispêndio do governo com a educação: 7%

1977 – LBA implanta o Projeto Casulo, diminui o valor per capita dos recursos repassados para as creches ligadas a entidades sociais, multiplicando o número destas em todo o país.

1988 – Constituição estabelece que as creches e pré-escolas passassem a compor os sistemas educacionais.

“1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 consolida o lugar das creches e pré-escolas como parte integrante dos sistemas de educacionais brasileiros.”

              Concomitantemente a esta linha de datas, continuamos a pesquisa sobre a história da educação infantil e deparamo-nos com uma frase que causou certo desequilíbrio cognitivo: “A comparação com o passado precisa superar a linearidade para não obscurecer o presente que se quer pôr em questão”.12 (KUHLMANN JR, 1998, p. 5). Então todo este nosso esforço para compreender é em vão? Não podia ser! Voltamos ao Caderno de Formação. Foi um alívio encontrarmos o equilíbrio perdido ao ler: “Na história de um período tão longo que culmina com o presente... iremos encontrar evidências de ‘progresso’... Para avançar na interpretação, torna-se necessário ir além da comparação linear entre realidades distintas, de modo a identificar raízes, processos, dinâmicas e as tensões que envolvem o tema em estudo. Não há uma linha contínua que conduz ao progresso, os problemas do presente fazem questões ao passado: o que sugere como novidade deixa transparecer suas histórias”. (KUHLMANN JR, 2003, p.22. grifo nosso)13_ 12 KHULMANN JR., Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre, Mediação, 1998. 13 Idem. Educando a Infância Brasileira. In: Pedagogia Cidadã. São Paulo: UNESP / Pró-reitora de Graduação, 2003. Caderno de Formação - Educação Infantil.

                 Colocamos as datas em ordem cronológicas, mas a quase todas elas pudemos fazer uma análise e uma comparação além da linear entre o passado e o presente. Nas próximas linhas nos esforçaremos para explicar de forma mais clara possível, embora não mais linear. Fazemos esta análise, pois acreditamos na relação intensa entre a educação, a sociedade, a economia e a política. Todos os fatos que relacionamos envolvem a educação da criança pequena, principalmente considerando que a educação não acontece apenas na escola.

                Em 1920 a legislação, no estado de São Paulo estabelecia a criação de creches e pré-escolas ao redor de indústrias. Em 1961 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Infantil – em seus artigos 23 e 24 estabelecia que as crianças com idade inferior a sete anos receberiam educação em escolas maternais ou jardins-de-infância, estimulando as empresas a manterem estas instituições para os filhos de suas trabalhadoras, desta vez em âmbito nacional. Mas o que acontece ainda hoje é a existência de pouquíssimas creches próximas as indústrias.

               Em 1923 é pela primeira vez regulamentado o trabalho feminino e estabelecido o direito a amamentar os filhos durante a jornada de trabalho. Pensando que hoje a mãe tem direito a licença maternidade de três meses, poderíamos dizer então que houve “progresso”, mas se considerarmos que aos quatro meses de idade as crianças são conduzidas a creches (longe das mães), é amamentadas artificialmente, quando os estudos comprovam a importância do aleitamento materno como alimento único até os seis meses de vida da criança e que após este período outros alimentos são introduzidos na alimentação da criança que deve continuar a amamentarem-se até os dois anos de idade, então registramos como benefício os meses da criança junto a mãe, mas se comparados aos cuidados necessários comprovados pelos estudos somos compelidos a observar o descompasso entre benefício / necessidade. Então onde está o dito “progresso”? Enquanto escrevíamos este trabalho foi divulgada uma lei que dá direito as mães uma licença maternidade de seis meses, porém, apenas as empresas que desejarem concederão esta licença não obrigatória. Diante da dificuldade em praticar as leis descritas acima, perguntamo-nos: Qual empresa se habilitará?

                O primeiro Congresso Internacional de Proteção a Infância acontece em Bruxelas em 1913. Nove anos depois o Brasil realiza seu primeiro Congresso de Proteção a Infância e programa o próximo congresso para ano de 1924, mas não é realizado. Em 1897 o decreto 52 prevê o ensino primário ministrado em jardim de infância e escolas primárias. Apenas doze anos após o referido decreto (1909) são criadas as escolas neste previstas. Em 1921 é feito o primeiro levantamento de dados do departamento da criança no Brasil (DCB) que registra 15 creches e 15 jardins de Infância. Efetuando algumas operações aritméticas simples verificamos então que após 24 anos do decreto e 12 anos da criação das escolas, a soma de instituições escolares é trinta. Entendemos ser este um número pequeno, que pode demonstrar a demora em agir, a distância entre a elaboração da lei e sua efetiva realização segundo Moysés Kuhlmann Jr. até 1966, ano da realização do “Seminário sobre Creche”, “a expansão da educação infantil ficara represada, tendo em vista o enorme déficit no atendimento da escola primária”. (2003:17)14. Atualmente, este mesmo discurso é utilizado para justificar a carência de recursos destinados a educação infantil, com a diferença de que a escola primária hoje é denominada ensino fundamental.

Em 1971 a Reforma do Ensino (Lei 5.692/71) institui o ensino de primeiro grau com oito anos. Pretendia não comentar, mas não resistimos a fazê-lo e, portanto resolvemos este impasse lançando uma pergunta sem pretensão de discutir: Se como diz Moysés Kuhlmann Jr:

“A Lei de Diretrizes e bases da Educação 5.692 de 1971 implanta o 1º grau, com oito anos de duração, devido a questões da política educativa relacionadas ao ensino médio e superior, o que, do ponto de vista pedagógico, traz consequências desastrosas para a educação infantil”.15 (2003:19)_ O que dizer da recente implantação do ensino fundamental com nove anos de duração? Não desejamos comentar nada sobre esta dúvida, pois entendemos ser esta uma questão para outro trabalho. Queremos apenas aguçar o pensamento do leitor a respeito deste assunto e talvez até inspirar um estudo, uma pesquisa.

                    Avanços em todas as áreas do conhecimento colocadas em práticas na medida do interesse e necessidade da sociedade trazem várias novidades e melhorias que podem ser consideradas como progresso, mas se todo o contexto for analisado, pelo menos de acordo com o que entendemos por “progresso”, ousamos  KHULMANN JR., Moysés. Educando a Infância Brasileira. In: Pedagogia Cidadã. São Paulo: UNESP / Pró-reitoria de Graduação, 2003. Caderno de Formação - Educação Infantil.  15 Idem, ibidem. dizer que voltamos ao invés de caminhar adiante, ou seja, não houve o “progresso”. Afinal hoje estamos socorrendo as crianças de desempregados criados pela atual sociedade globalizada neoliberal. Tal qual no passado os intelectuais preocuparam-se com os problemas que as crianças de negros libertos e, portanto sem trabalho e sem condições de sobrevivência causariam ao então país “em progresso”, hoje se preocupam com os filhos de pessoas que vivem o baixo da linha da pobreza.

                  Brasil, um país em desenvolvimento. Colocamos estas duas últimas palavras em itálico, como uma citação porque desde que começamos, nos tempos da ditadura militar, a estudar história, escutamos na escola e na televisão. Talvez uma manipulação ideológica, mas como indicar seu “autor”? Resolvemos solucionar esta dúvida pedindo permissão ao leitor para considerá-la de domínio público, assim como se faz com as músicas e as obras de arte que após um determinado período (longo) são assim denominadas e podem ser legalmente utilizadas por qualquer indivíduo que o desejar. Ontem mesmo escutamos novamente estas palavras na televisão. Progresso no passado; em desenvolvimento na atualidade. Desejamos que no futuro não exista outra palavra para substituí-la. Pelo menos que não exista outra palavra para justificar as macelas sociais, econômicas responsáveis pela posição que nosso país é considerado mundialmente: país de segundo mundo.

                    Grandes avanços tecnológicos, avanços na medicina, comunicação praticamente instantânea de ponto a ponto do nosso planeta e recordamos mais uma vez Mário Sérgio Cortella16 filósofo e doutor em educação: “Tecnologia é ferramenta, não é finalidade... A globalização tem vantagens? Tem... Mas não colocou em discussão a qualidade de vida da humanidade.” (1999:69). Quando pensamos em qualidade de vida lembramos-vos dos moradores da rua que vemos sempre ao sair de casa. Será que eles não fazem parte da humanidade globalizada? Eles conhecem os avanços tecnológicos? Não estamos fugindo do tema educação infantis, pois muitas são as crianças que vivem nas ruas. Queremos apenas demonstrar o descaso do homem por seu semelhante, o descaso do homem pela sua inteligência e por suas próprias ideias que não consegue praticar, por suas leis que terminam por permanecer no papel. Pelos estudos, pesquisas, horas de dedicação de alguns que são “aprisionados” em livros ou revistas e pouco divulgados se comparados as desgraças e mesmo estas últimas são logo  CORTELLA, Mário Sérgio. Conferência: “A Globalização e Qualidade de Vida”. Revista: A Terceira Idade. Ano X. n. 17. p 63-82. São Paulo: SESC, ago. 1999. 23 esquecidas por novas.  

                    Acontece o mesmo com a educação e “a prática pedagógica que querendo ou não (não se trata de uma decisão voluntarista), possui em si uma dimensão político-social.”17 (CANDAU, 1989, p.14) A educação Infantil faz parte da sociedade brasileira e mundial, não está isolada dos problemas e das consequências oriundas das transformações de todos os dias. Encontramos esta relação intensa entre sociedade e infância ao lermos o autor Manuel Jacinto Sarmento18 que escreve o livro: Em defesa da educação Infantil um capítulo com o título: A  Globalização e a infância: impactos na condição social e na escolaridade. Neste texto o autor evidencia o fator de constante movimento (interligado) existente entre a sociedade e a infância quando disserta: “Ao afirmar-se a construção social da infância não se está apenas a declarar que a criança é um produto da história e não da natureza... mas que é objeto (e também sujeito) da sua contínua construção.” (SARMENTO, 2001, p.14). O autor destaca três mudanças sociais centrais que influenciam diretamente na identidade da infância: a globalização social, a possibilidade de interações globais, as políticas públicas e as organizações internacionais, que segundo ele contribuem para a formação de uma ideia de infância universal, mundial e única ainda que dentro desta existam diferenças e desigualdades.                            Não apenas comungamos com esta idéia como também percebemos a dificuldade que a escola tem para aceitar e relacionar-se com a heterogeneidade de seus alunos, pois se a compreensão sobre infância acompanha as mudanças na sociedade, a escola também o faz, mesmo que compulsoriamente.

                 Fazendo um resumo sobre o que compreendemos a respeito da história da educação Infantil no Brasil podemos dizer que esta surge como uma necessidade de atender as mães que precisam trabalhar para sobreviver e precariamente suprir as necessidades básicas de sua família. Dizemos precariamente porque as condições de vida daquelas famílias, por mais irônico que possa parecer, em nossa memória confunde-se com as misérias sofridas à época dos famintos ao redor dos castelos da Idade Média. Fazendo uma comparação: as atuais famílias (famintos) que vivem em favelas ao redor das imensas metrópoles (castelos). Por conta desta precariedade, a educação infantil surge praticamente subordinada a saúde, com grande

 

Professor ESP/Metodologia de ensino e Interdisciplinaridade

ESP em Arte Educação..

Lic. Educação Artística/hab. Artes Plásticas e Desenho.

 Joelsi Silva de Souza- Email-  joarte63@yahoo.com.br

ARTE E A PINTURA MURAL

 

 

Joelsi Silva de Souza[1]


Alba da Rosa Vieira [2]

 

 

Resumo

 

Este artigo tem a finalidade de apresentar e discutir questões referentes ao ensino da arte contemporânea pela política da pedagogia critica da arte e da cultura visual . sabe-se que os  ideais modernos na educação  propõe-se o uso das obras de arte contemporâneas ,pela potência que estes artefatos e a poética destes artistas alunos e professores têm ao aglutinarem expressões de diferentes grupos culturais ou apresentarem posicionamentos político frente a questões do cotidiano buscando o ideal na escola pública ou privada de Santa Catarina. A pesquisa apontou resultados que é necessário mudar o ambiente escolar, caracterizando a escola como um ambiente alegre e ilustrador no mundo da arte e educação.Uma mudança visual e artística agradando a população envolvendo alunos de todas idades, pais, comunidade local.

 

Palavras Chave: Pintura. Mural. Arte na Escola.

 

 

ART AND A MURAL

 

Abstract:

 

This article aims to present and discuss issues related to the teaching of contemporary art for pedagogy political critique of art and visual culture. it is known that modern ideals in education it is proposed to use the works of contemporary art, the power that these artifacts and poetic artists of these students and teachers have to coalesce expressions of different cultural groups or present political positions against everyday questions seeking the ideal in public or private school of Santa Catarina. The survey results showed that it is necessary to change the school environment, featuring the school as a cheerful atmosphere and illustrator in the art world and educação. Uma visual and artistic change pleaser population involving students of all ages, parents, local community.

 

Keywords: Mural. Painting. Art in School.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Os espaços físico das escolas públicas Municipais ou Estaduais, observa-se um material imenso a disposição da arte que culmina na necessidade de segurança da escola, assim a primeira aparência é que  a escola mais parece uma prisão do  que uma escola que é lugar de alegria.

 

Uma transformação é necessário para uma nova identidade,   alavancar a intenção de  sensibilizar os alunos, marcar o território com a arte e seus objetivos de iluminar o espaço da escola com ar alegre das cores brasileira, topical,  o verde escuro da bandeira do Brasil, o amarelo ouro do sol que brilha no céu azul e inspira o romantismo deste lindo pais de liberdade constitucional, as cores diversas das etnias de diferentes raças.

 

Sabe-se através do PCN/PCE e PPP na divulgação do MEC que a arte tem função de ativar a interdisciplinaridade e resgatar as diversidades que encontramos no cotidiano escolar. O ambiente  escolar  aplicando a arte educação transmitindo ao aluno não só a arte, mas a socialização de interdisciplinaridade na contribuição da educação, aplicando o saber e o aprender

 

 

2 ARTE E PINTURA MURAL

 

A história da arte inicia-se, quando na concepção do homem que fazia arte Rupestre com a intenção de comunicação expressando um código que na região  onde vivia havia um tipo de alimento da natureza local qual desenhavam  nas paredes, muitas vezes desenha caçadores  atacando suas presas para informar os locais mais fácil de contornar a situação, como vencer a presa que era seu alimento do cotidiano.

 

O homem usava apenas a natureza para que faça sua arte sem agredira a natureza  usando  apenas objetos e meios da própria natureza, como  carvão vegetal para imprimir seus desenhos, sangue do próprio animal para pintura, gordura animal para proteger a imagem não perder sua cor, folhas  e  flores de plantas nativas, também argila do solo de varias cores o qual dissolviam em água transformando em tinta. Podemos afirmar com esta analise dá história da arte que o homem além de um artista natural, era  um pesquisador da natureza.

Arte na pré- historia foi descobertas como pinturas no teto da gruta de Altamira, na Espanha, em 1879. A descoberta foi feita por Marcelino Sanz Santuola e sua filha Maria, na época com 7 ou 8 anos, e revolucionaria a história da arte para sempre.

Pesquisadores consideram que o surgimento da evolução artística e pintura em paredes e esculturas já nas primeiras obras datam aproximadamente 30.000.00 ac. esses conjuntos de pinturas são chamados de arte rupestre, na localidade Francesa de Lascaux há um vasto material nas cavernas com pinturas nas paredes das cavernas, ilustrando o naturalismo com a pintura dos animais  a monocrômica e a policromia que se evoluem entre os anos de 15000ac a 9000 ac.

Nesse período chamado Paleolítico o homem como um caçador nômade que deslocava constantemente em busca da caça para manter a sobrevivência. Pinturas dessa época encontradas nas cavernas do norte da Espanha  e sudoeste da França  sempre aguçaram a curiosidade humana. Duas  grandes correntes de historiadores levantam teorias e com diferentes relações da finalidade das pinturas murais nas cavernas. Uma delas é que o homem fazia esse tipo de arte para registrar suas ações do cotidiano, suas caçadas, suas vitórias, seu modo de vida. A outra teoria foi representar os animais caçados e as forças que ainda não podia explicar, de modo que as pinturas passavam a servir como culto mítico. Nas imagens homem jogavam flechas, ilustrando que qual procedimento poderia assegurar uma caçada mais eficiente, que trazia um pensamento representar a imagem era domina-la, traze-la ao alcance  de todos. Outra teoria que reforça neste tema é a localização das pinturas rupestres no fundo das cavernas em locais de difícil acesso.

No Brasil estudos apontam a existência dessas pinturas rupestres de cerca de 10000 ac. No parque nacional da serra da Capivara, no Piauí. Porem, muitos desconhecem o fato de que já foram encontradas, em inúmeros sítios arqueológicos, diversas manifestações da arte rupestre, sendo que os locais mais conhecidos se encontram nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte.

Esse processo da arte rupestre veio trazer os primórdios da evolução humanas destacando a evolução da humanidade em processo constante de aprendizagem nos registros consecutivos das ações humanas na história do homem com a arte.

 

Ao pensarmos na atualidade muitas inquietações nos surgem. Vivemos tempos de insegurança, de perdas de valores sociais, culturais e éticos, o planeta parece estar em seu fim. Nossa conflituosa relação com o presente e com a pouca esperança de mudanças e percepção valem muitas expressões de nossa cultura. Ao olharmos as marcas que temos deixado mais uma vez temos duvida: ficarão mesmo chegarão a criar opiniões, nossa atualidade será visível logo à frente em um breve futuro? As obras de arte de nosso tempo serão lidas da mesma forma como insistimos em ler a obras italianas do século XVI?

 

A negativa não e apenas pelo equivoco constante de analises limitadas do passado, como aquelas que fazem parecer, por exemplo, que a Renascença iniciou às 14 horas do dia 23 de julho de 1500, estando presente em todo o continente e obras de arte produzida a partir daquele momento, mas pelo fato das obras em questão, renascentistas e contemporâneas, permitirem diferentes discussões, e no caso da arte atual, ser continente de discursos artísticos que as potencializam como educativas.

 

A forma como e cifrado no grupo que discute e produz arte veio se fortalecendo desde a Pré historia modernismo e contemporânea (RIVITTI, s/d) chegando aos nossos tempos fechado aos não iniciados, complicando seu acesso por professoras e professores, especialistas no ensino da arte ou não. é comum o discurso de professores que consideram a obra de arte contemporânea um mistério insondável, que não provoca a atribuição de significados. Ao que parece a formação do professor não propiciou este saber. Curiosamente esta classe profissional estaria deveria estar familiarizada as discussões, ou a algumas das informações a respeito do desenvolvimento da arte ate sua chegada ao estado atual.

 

E necessário pensarmos que nossa formação, não apenas a profissional, mas também a escolar, não nos tornou mais imaginativos em situações que exigiam mais do que a razão, o domínio cognitivo. Talvez esse seja um dos motivos da nossa postura frente a obras de arte que desafiam nossa objetividade. Mas por que isso teria ocorrido, afinal, não fomos educados para sermos criativos?

 

A escola nos propôs e nos cobrava a todo o tempo o uso da criatividade, se pensar ela parecia ser indicada ao uso, do mesmo modo que outro material expressivo no ensino da arte como a cola branca ─ Usem a criatividade! Não seria de se esperar que sujeitos criados nesse modelo se saíssem melhor frente as preposições da atualidade na arte?

 

 

A criatividade foi uma das marcas da pedagogia no século XX. Respaldada no pensamento dos pedagogos   progressistas, de Froebel a Montessori e Delacroly, em reformadores escolares e filósofos da educação,  de Rudolf Steiner a John Dewey, as propostas pedagógicas basearam seus programas na convicção da criatividade como sendo o melhor ponto de partida para a educação. A criatividade era uma regra, e o conceito de arte como expressão tornou-se forte, levando o ensina da arte, a educação artística, a enfatizar o "livre fazer". A expressão era parte do espírito criativo, que não poderia ser cortada, invadida, tolida ou contaminada. ). "uma criança e um primitivo tinham mais criatividade do que um adulto desenvolvido", apoiando-se na idéia de pureza ligada a infância ou a cultura não evoluída. A colocação de Thierry De Duve, sobre o estudante de arte ideal e o artista do futuro ideal: "ser idealizado como um infante cujas habilidades naturais de ler e escrever o          mundo visual precisava, apenas, ser corretamente monitorado” complementa a idéia (2003, p. 94).

 

Essa idéia de pureza, de um novo inicia e de progresso foram convertidas em mecanismos educativos ainda presentes no ensino da arte e na formação de professores (EFLAND, 2003), derivando disto diversas praticas que se tornaram um porto seguro de professoras e professores como o predomínio absoluto da arte voltado a elite (cultural e social) nos planejamentos pela Constancia de temas, obras e artistas europeus de séculos passados. Acrescidas da dificuldade deste professorado em articular o campo teórico e os conhecimentos específicos da linguagem relacionando-os ao universo dos estudantes. Abandonar estas pratica não e como soltar uma corda.

 

Esta forma de trabalho e segura, atracada em um mar de publicações e de temas aceitos e reconhecidos. Contrario a isto e optar por navegar em mares com rebentação como o da arte contemporânea no ensino da arte.

 

Na atualidade o campo da criação artística foi estendido ao corpo, a natureza, a cidade, a ingredientes de diferentes culturas, entre outros (ARCHER 2001, p. 61). Estas obras de harmonia dissonante, codificações duplas, micro-relatos e descontinuidade temporal ao tomarem referenciam diversas da historia (EFLAND, 2003), nos permitem analises e interpretações diversas. Podemos avançar em leituras que podem tanger ao caráter social em diversas esferas, ao contrario de obras modernas que privilegiam em seu discurso o estrato social dominante como, por exemplo, a aristocracia burguesa e a modernidade contemplada pelas escolas artísticas do final do século XIX. Imagens e artistas muito populares entre o professorado.

 

Uma das possibilidades da arte contemporânea na educação advém do choque entre diferentes culturas presentes    em algumas obras, como as do artista baiano Marepe, do paraibano Martinho Patrício, ou do carioca Jarbas Gall que tomam referencia do cotidiano e as funde com a cultura “mais instruída”, como se refere a critica de arte Lisete Lagnado (RIVITTI2006, p.35).

Neste gênero de obra a multicultural idade e parte de sua matéria e permite uma abordagem diferenciada que pode articular aspectos culturais que vão da feira ao museu. Estas obras exibem plasticamente as referencias culturais que muitas vezes são apreendidas por seus criadores em feiras populares, nas memórias individuais com os grupos sociais que assistiram e contribuíram no crescimento destes indivíduos.

 

Pela ação destes artistas estas obras e estas referenciam alcançam o sistema artístico é exposto em museus e galerias, aos públicos de outras referencias culturais. Uma obra com este teor pode articular a sociedade e a cultura em varias perspectivas. Uma das questões em pauta na produção atual das artes visuais e o chamado micro política. Trata-se de uma atitude na criação artística “focada em questões mais especificas e cotidianas, como o gênero, a fome, a impunidade, o direito a educação e a moradia, a ecologia, enfim, tudo aquilo que nos faz viver em sociedade”(KANTON, 2008, p.15).

 

Vale lembrar que a relação entre arte e política não e uma invenção deste grupo, ja fez parte do Realismo social e foram diversos os momentos no Brasil em que o engajamento a questões sociais se fez presente (AMARAL, 2003). O que pode diferenciar o presente e não tratar-se mais de um movimento que necessite de agrupamentos. Hoje o mote poético e individual. Sem filiações, agremiações, sem ideologias a não serem as suas próprias, como no caso dos trabalhos de Rosana Paulino, Monica Nador, Paze, Beth Moises entre outros.

 

 

2.1  A ABORDAGEM SOCIOCULTURAL DA ARTE CONTEMPORÂNEA COM PINTURA MURAL

 

Ao se tomar uma abordagem sociocultural da obra de arte por um viés da educação pós-moderna, a função do ensino da arte continua sendo aquela definida por Arthur Efland: a construção da realidade como sempre foi (2003, p.124), mas tendo como principal objetivo de possibilitar que estudantes entendam os mundos sociais e culturais em que vivem, uma vez que "a arte e uma forma de produção cultural destinada a criar símbolos de uma realidade comum" (EFLAND, 2003, p.125-126).

 

O ensino da arte na contemporaneidade, com base no pensamento pos moderno, propõe incluir o ensino das artes nao eruditas, pertencentes a camadas populares da sociedade, juntamente com as reflexões de poder que as legitimam, compreendendo essas expressões como também pertencentes a imensa diversidade da cultura visual. Possivelmente este seja um dos pontos em que o ensino contemporâneo mais se distancia das praticas que vinham sendo desenvolvidas no ensino de Artes Visuais.

 

Segundo Freedman, citado por Hernandez, O tema central dos debates pós-modernos, [que] giram na esfera cultural, sobretudo, pela emergência de uma cultura visual que abarca a tudo, transforma de maneira fundamental a natureza do discurso político, da interação social, da identidade cultural. A cultura visual esta em expansão do mesmo modo que as artes visuais. Este campo inclui as Belas Artes, a televisão, o cinema e o vídeo, a esfera virtual, a fotografia de moda, a Publicidade, etc. A crescente penetração de tais formas de cultura visual, e da liberdade com que estas formas cruzam os limites tradicionais, se pode apreciar na utilização das Belas Artes nos anúncios publicitários, na imagem gerada por computadores no cinema e na exposição de vídeo nos museus. (tradução do autor, 2001, p.16)

 

Essa ampliação de olhares que a cultura visual permite, e a inclusão de expressões culturais antes marginalizadas, são baseadas em uma concepção de arte que combina varias categorias do fazer artístico, inclusive, por exemplo, tradições regionais, artesanato local, arte tradicionalmente produzida por mulheres, arte popular, media etc. Todas estas formas são valorizadas igualmente enquanto parte da cultura da comunidade (BASTOS , 2005, p.229).  A autora Flavia Bastos toma como base para sua proposta de ensino da arte a filosofia educacional de Paulo Freire, assim como outros autores tem feito na atualidade, pelo fato de esta pratica educativa ter comprometimento com a liberdade e a consciência, na busca de mudanças (2005, p. 230).

 

Segundo a autora, "uma visão ampla e inclusiva do mundo considera varias formas de arte, desafiando limites convencionais, inspirando uma valorização artística mais ampla e a possibilidade de maior participação social" (p.229).

 

O ensino da arte na contemporaneidade tem como foco os sujeitos deste ensino, ideias como ensinar menos, porem com mais profundidade, associar o que se estuda com o mundo real do estudante, traçando um caminho para o que seria o estudo aplicado hoje no século XXI dependendo do docente escolar  e o projeto pedagógico da escola dando ênfase ao matéria.

 

Em seu trabalho, fundamentado nos teóricos da Pós-Modernidade e da Cultura Visual, Teresinha Franz demonstra a necessidade de educar para a compreensão critica da arte. O texto da autora e apresentado por Fernando Hernandez (2000) dizendo que, um ensino para a compreensão pode permitir aos estudantes "situar-se diante do mundo e das maneiras de olhar para ele a partir de uma atitude de compreensão critica". Para este autor, se educa para a compreensão da arte fazendo perguntas que problematizem a percepção da realidade, seguindo a indagar ao objeto da arte em questão, levando a reflexão (apud FRANZ, 2003, p.13).

 

Nesta pratica são apresentadas diversas perspectivas sobre o objeto, percebe-se que são muitos os fatores que determinaram sua instauração e que ele, distanciado do contexto sociocultural em que foi gerado, perde significações.

 

O objeto artístico, nesta concepção de ensino, deixa de ser apenas contemplado ou apreciado, pois e preciso, sim, ser investigado em um processo de analise critica, camada por camada das muitas que possui.

 

A professora ou o professor passa a ser um pesquisador, realizando uma analise que, como diz Chanda (apud Barbosa , 2005, p.71), "propõe mais que so uma explicação da estrutura de uma imagem, examina a relação entre a analise formal de um objeto artístico e a estrutura de outros fenômenos culturais"

 

A autora sugere ainda um ensino com estas características: elaboração de imagens como forma de resposta a imagens existentes, exploração do papel de construtor de concepções do sujeito do olhar e sua realidade, e distinção do papel das diferenças culturais e sociais na hora de construir maneiras de ver, de elaborar interpretações. A produção da arte contemporânea serve perfeitamente a esta idéia e aqui cabe fazer uma ressalva ao sentido deste servir, que não se trata de usá-la como mero recurso didático.

 

A Arte não é servil, agente mediador na construção de conhecimento critico sobre a arte e a sociedade. Esta produção tange as imagens e os fenômenos sociais desta ou daquela cultura, bem como a discussão da realidade, da percepção ingênua sobre os fatos que abatem a comunidade, a investigação a respeito de tais problemas e a mediação de preconceitos para se chegar a conceitos.

 

Esta complexidade não diz respeito unicamente ao caráter formal das obras, mas principalmente a autonomia de leitura e interpretações que não estejam predeterminadas por um programa ideológico nelas oculto.

Para que isso ocorra, as reflexões de Paulo Freire (2004) muito contribuem, pois apontam a necessidade do educador ser comprometido socialmente, ter autonomia. A pratica pós-moderna e libertaria, mas depende antes da libertação do educador, que precisa entendesse dominado pelas ideias que lhe inculcaram, assim como entender a obra de arte como produto da cultura em que veio ao mundo, com relação de poder e dominação a ser desvelada.

 

 Requer que este educador aprenda a ver a realidade por outra perspectiva, talvez a  partir dos Estudos Culturais, tomando a obra de arte como objeto da Cultura Visual, e o artista não mais como o mito.

 

Requer ainda a busca de um enfoque social do campo de estudos, o desenvolvimento de ideias, a visualização e a reflexão criticas (FREEDMAN apud HERNANDEZ, 2001). A distância entre os campos artístico e educacional coloca os indivíduos em uma situação a margem da produção artística, envolvidos unicamente com o funcionamento do mundo escolar. Uma realidade da qual não tem culpa.

 

 Do outro lado esta a comunidade artística que raramente se envolve em problemas de cunho social, ─ afinal artistas que apresentam em sua poética o embate com o social não necessariamente o transformam em ações praticas de campo ─ e pouco compreende da educação e dos dilemas da profissão docente em arte, esperando da professora, do professor ou da escola, uma pratica que abandone a tradição, a corda que os segura, e se atualizem absorvendo a produção atual.

 

 

3. CONSIDERAÇOES FINAIS

 

Este imenso vazio que separa os campos e uma metáfora construída de teorias das ciências sociais, no entanto as ações destes atores são condicionadas por neles atuarem e pela distancia que cada qual mantém do campo do outro, professoras e professores no campo educacional atuando pela arte, e no outro extremo os artistas.

 

 Não bastaria que o professorado visitasse exposições da arte contemporânea. O hermético discurso de muitas das produções requer a mediação que permita a apropriação daquilo que e invisível ao olhar ingênuo. 

 

  A articulação deste campo é necessária, diversos materiais educativos surgiram no esforço para permitir que este obstáculo entre a arte e a escola seja transposto. Necessária ainda uma política que equipare a produção cultural ao consumo destes bens para que o professorado possa estabelecer conexões e permitir experiências artísticas com seus educando a partir da arte contemporânea, mediando os campos e a absorção das reflexões sociais que tais obras revelam. Uma educação de qualidade na arte para que possamos ter pessoas melhores para que tenhamos um mundo melhor e humanitário.

 

Visto que, os Parâmetros Curriculares Nacionais representam um primeiro nível de concretização curricular, é importante salientar que cabe às equipes técnicas e aos educadores ao elaborarem seus currículos e projetos educativos, adaptar, priorizar e acrescentar conteúdos, segundo sua realidade particular tanto no que se refere às conjunturas sociais especificas quanto ao nível de desenvolvimento dos alunos.

 

As condições básicas para o desenvolvimento do tema transversal da Pluralidade Cultural são:

·      Criar na escola um ambiente de dialogo cultural, baseado no respeito mutuo;

 

·      Perceber cada cultura na sua totalidade: os fatos e as instituições sociais só ganham sentido quando percebidos no contexto social em que foram produzidos:

 

·      Uso de materiais e fontes de informação diversificadas: fontes vivas, livros, revistas, jornais, fotos, objetos;

 

·      Para não se prender a visões estereotipadas e superar a falta ou limitação do livro didático.

 

 Para alcançar os objetivos colocados é essencial que o trabalho didático das áreas contemple a perspectiva da pluralidade:

 

  • Que se incluam como conteúdos as contribuições das diferentes culturas. Embora mais evidentemente ligados a História e Geografia, esses conteúdos referem-se também a Ciências Naturais (etno conhecimento), Língua Portuguesa (expressões Regionais), Arte e Educação Física (expressões culturais). Trata-se de conteúdos que possibilitam o enriquecimento da percepção do mundo, bem como aprimoramento do espírito critico perante situações vividas e informações recebidas, no que se refere a temática;

 

  • Que se organizem projetos didáticos em torno de questões especifica, eleitas a partir da priorização de conteúdos considerados fundamentais;

 

  • Que se questione a ausência, nos trabalhos escolares, da imagem de determinados grupos sociais côo cidadãos _ sem reproduzir estereotipo e descriminações.

 

  • Que a equipe pedagógica discuta permanentemente suas relações  e analise suas práticas na busca de superar preconceitos e discriminação, pois as atitudes dos adultos são o veiculo mais importante para a aprendizagem da convivência.

 

  • Dar ênfase neste processo educativo da arte sempre a interdisciplinaridade, é de suma necessidade este item na aprendizagem e evolução educacional nos projetos desenvolvidos em nosso país. 

 

Assim afirmo que este artigo enfatiza uma educação com qualidade depende do conjunto dos saberes e pesquisas institucionais elaboradas por cada educador, propositor que instiga o educando as necessidades básicas da educação, educar é uma alegria constante como uma semente que plantada brotando na terra. Esta é a educação e arte que merecemos prazerosas, calorosas e com esplendor. 

 

 

REFERÊNCIAS

 

AMARAL, Aracy. Arte para quê? A preocupação social na arte brasileira 1930-1970: subsídios para uma história da arte no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 2003.

 

ARCHER, Michael. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

 

BARBOSA, Ana Mãe (Org.). Arte/educação contemporânea. Consonancias internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.

 

BASTOS, Flavia M. O per turbamento do familiar: Uma proposta teórica para a Arte/Educacao baseada na comunidade. In: BARBOSA, Ana Mãe (Org.). Arte/educação contemporânea. Consonâncias internacionais. São Paulo: Cortez, 2005.

 

DUVE, Thierry. Quando a forma se transformou em atitude – e alem. In: Ferreira, Gloria, VENANCIO, Paulo F. (org. ). Arte & Ensaios n. 10. Rio de Janeiro, Programa de Pos Graduação em Artes Visuais. Escola de Belas Artes, UFRJ, 2003.

 

EFLAND, D. Arthur; FREEDMAN, Kerry Freedman, STUHR, Patricia. La educación en El arte posmoderno. Barcelona: Paidos, 2003.

FRANZ, Teresinha. Educação para uma compreensão crítica da arte. Florianopolis: Letras Contemporaneas, 2003.

 

FRANZ, Teresinha. Victor Meirelles e a Construcao do Imperio Brasileiro. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Florianopolis: IHGSC, n.22, p.33-50, 2003a.

 

FREEDMAN, Kerry. Perspectivas sociales de la educación en arte: un nuevo marco para

redefinir una asignatura del plan de estudios. Northern Illinois University, texto impresso.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Sao Paulo: Paz e Terra, 2004.

 

HERNANDEZ, Fernando. Cultura visual e mudança educativa e projeto de trabalho. Porto

Alegre: Artmed, 2000. Ir alem da visão e da satisfação: a educação para a compreensão critica da cultura visual. In: FRANZ, Teresinha. Educação para uma compreensão crítica da arte. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2003.

 

KANTON, Katia. Temas da Arte Contemporânea. SP: Martins Fontes, 2008.

 

RIVITTI, Thais. Fronteiras da Bienal. Entrevista com Lisete Lagnado. Revista Raiz, n. 6, Popular X Erudito, 2006, p.32-35.__.

 

HONORIO. Cintia Maria Base Editora LTDA 2009.pg 16,17,18 Metodologia do Ensino Fundamental Curitiba.Arte educação  site WWW.baseeditora.com.br



[1] Acadêmico: Licenciado em Educação artística,Artes Plásticas e Desenhos e-mai: joarte63@yahoo.co.br  
[2] Orientadora:  Mestre em Ciências da Linguagem. e-mail: albarosavi@yahoo.com.br